sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Diálogos

- Estou sendo boba.
- É bonitinho, vai.
- Não acho bonitinho ficar sem dormir.

- Você devia confessar logo.
- Eu não.
- Medrosa.
- Sinto que não é válido.
- O que você sente?
- Se fode. O que eu sinto é mais do que válido. Não acho válido ficar falando.
- Devia falar pra quem interessa.
- E quando quem te interessa não se interessa?
- Isso é confuso.
- Eu sei.
- Consegue dormir?
- Não. Sou dramática, sabe disso.
- Devia dizer logo. Aí acabaria logo com isso.
- Talvez.

- Eu acho que todo mundo quis me mostrar a verdade.
- E aí?
- Eu não quis enxergar. Acho que acreditei em alguém que não existe.
- Só no seu pensamento?
- Quase isso.

Screaming.

"I'm missing your bed
I never sleep
Avoiding the spots where we'd have to speak
And this bottle of beast
Is taking me home

I'm cuddling close
To blankets and sheets
But you're not alone, and you're not discreet
Make sure I know who's taking you home"

Dashboard Confessional.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Acabou

Ela gritava e chorava cada vez mais, se debatendo fracamente contra o desejo que tomava conta de meu ser, e no meu último espasmo eu a golpeei com o punhal na lateral da barriga. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes. Seus olhos se arregalaram de dor, e quando fui ao maravilhoso ápice do inferno que me rodeava, que visitei as portas de cobre do demônio de perto, respirei e me acalmei. Nunca havia me sentido assim antes. Sentia-me, esquecendo de todas as palavras, livre. Apenas livre.

Dramione

"Eu te odeio.

Por todas as particularidades, falhas e imperfeições. Por ter me tirado do meu torpor, mesmo que através do ódio. Por ter insistido em mim, mesmo que isso tivesse me deixado tão puto. Por aquela noite. Porque aquilo não mudou nada a nossa volta, mas nos mudou, me mudou, tão intensamente, que é um sacrilégio que o mundo tenha continuado a girar da mesma forma. Por você. E apenas você.

E eu ainda te odeio, porque você complicou tudo, porque você me fez trocar o certo por... nada, absolutamente nada de concreto, mas ainda sim, é você. E nem eu poderia ignorar isso, eu já o fiz por tempo o suficiente.

E quando eu digo que não tenho nada, Granger, eu quero dizer que eu dizer que a segurança dos meus pais não me basta, que a minha segurança não basta. Eu quero viver, Granger, e você, só você, é a culpada por isso. Porque eu já tinha desistido disso, de tudo isso. E então você veio e mudou tudo e agora eu quero uma vida, como qualquer outra pessoa tem"

Konstantine, Draco/Hermione.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Vontades

Quero você quente nos meus braços, tão fácil na minha cama. Você tem a chave do meu coração quando usa aquele doce perfume. Eu quero te maltratar, vou lhe dizer isso bem na sua orelha. Você me deixou sentir o seu perigo, e eu deixei você ter este puro sentimento aqui. Quero o toque do seu encanto, o calor da sua respiração. Quero te dizer todas aquelas coisas que poderiam ser melhores não ditas.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Possessão

Primeiro, eram as cores. Estavam lá, intactas. Puras. Assim como sua alma.

AGORA NÃO.

Seu ódio estava contido em suas veias (latejantes). Jorrava seu sangue nas telas. E lembrava-se do sangue que escorria dela, ao cometer o ato quase homicida. Não me importa a dor, desde que eu possa sentir. Uma obra de arte, uma autobiografia desenhada e suja. Força nos pincéis, buracos nas telas. Gritos de rancor. Um corpo sem vida. Você, onde está? Alma podre.

Em seguida, os gritos. Soluços, lamúrias. E pedidos. Por favor!

Jamais serei sua. Pregou as mãos na casta pele alva, colou a boca nos delicados lábios rosados. Movimentos bruscos, desvairados. Penetrando a pele, rasgando o íntimo e clamando por sangue. Quero sentir sua dor. A alma dela outrora pura, ia descobrindo um outro sentido. Você é minha. Tinha fome daquela carne, o gosto amargo do que era tomado a força. Queria ouvir seus gritos, entoando a canção triste em seus ouvidos. O desespero. Tenho sede do seu sangue, minha menina.

Você primeiro

Teus olhos são pedras. Fagulhas finas me enfiando na carne o gosto do sangue que eu te dei. Vá embora e não me olhe espalhar no chão as lágrimas que tu não quiseste. E não ouses vir aqui para culpar-me pela tua inconstância. Oh, não. Essa dor é minha, jamais foi tua, pois são minhas mãos quem doem todas as madrugadas, enquanto seguram o copo de absinto que minha garganta regurgita. Viste agora a diferença? Sou desprezível, meu caro. Tu ainda és o hipócrita aqui, ainda se esconde por detrás dessas máscaras. Quem tu pensas que és? Que podes levar para longe minhas palavras e transformá-las em cinzas. Não, teus olhos são cinza, não os meus. A culpa é toda tua, meu caro. Sempre foi.

Morra

É que às vezes eu lhe pego encarando a si mesma no espelho e perguntando: “Quem você pensa que está enganado?”. Você não era infeliz, só tinha os olhos tristes pela falta do toque, que seu marido – seu marido! – jamais teria. Então, culpe-se. Eu espero que você se lembre de cada beijo não dado e de cada marca não curada. Quero que lembre o sangue que derramamos por isso. Isso que você deixou morrer. Mas, especialmente, eu espero que você saiba que a culpa é sua. Não pense, pare de ser tão hipócrita e, por favor, assuma para si mesma que tua dor é minha. E foi você covarde demais para voltar uma última vez os olhos. Finalmente, eu espero que você apodreça dentro de mim, para jamais me deixar só.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bom dia

Eu olho pra você, e você se incomoda. Eu insisto, com os olhos pregados em suas feições. Eu diria delicadas, se não soasse tão frágil.
Eu ainda estou olhando. Com um pouco de lágrimas contidas nos olhos, é verdade. Mas eu procuro nos seus, uma espécie de conforto. E você desvia o olhar. Eu permitiria que as lágrimas caíssem, mas isso soaria muito frágil.
Eu quero te olhar de uma forma diferente. Ver você como um pedaço de carne. Pra mastigar, mastigar, mastigar. E cuspir, só por ter medo de engordar. Eu não devia dizer isso. Você é muito frágil pra ser usado assim.

PS: Sem pretensão, obrigada.

domingo, 24 de outubro de 2010

Conselhos

Eu aconselho você, a colecionar facas. Encontre-as, colecione-as e enfeite sua parede do quarto com elas. Também aconselho a escolher a mais bela entre todas. Não necessariamente a de material mais nobre, escolha aquela que você mais admirar. Empunhe esta faca escolhida. Deslize a parte cortante em seu peito. Faça com calma. Escute o seu grito estridente de dor. Observe o seu sangue escorrendo. Está sentindo? Então, eu quero que você acabe com isso. Abra mais o corte e sinta o sangue purificando sua alma. Tente arrancar o coração.
Aconselho a arrancá-lo de uma vez. Eu tentei, e não consegui.
Questão de tempo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Significados.

Or•gu•lho: sm 1. Sentimento de dignidade pessoal; brio; altivez. 2. Amor próprio demasiado; soberba. 3. Aquilo ou aquele(s) de que(m) se tem orgulho. or•gu•lho•so. adj.

Re•cei•o: sm. 1. Dúvida com temor; medo, apreensão.

Dor: sf. 1. Med. Sensação de sofrimento, decorrente de lesão (5) e percebida por formações nervosas especializadas. 2. Mágoa, pesar.


sábado, 16 de outubro de 2010

Mais confusão

Todo mundo é sempre igual?
Mentirosos, egoístas. Nojentos. Apenas atrás de algo pra satisfazer seu ego imensamente medíocre.
Pessoas que tem o poder de magoar. Penetram sua alma, e ferem seu coração. Enquanto você sequer passou a primeira camada de pele.
E quem disse que o mundo é justo?
Sofra mais um pouco.

Eu gosto de sofrimento, acho bonito. Acho bonito sofrer por amor. Amor é trágico e belo ao mesmo tempo. Não gosto de sofrer muito por amor - ou sei lá o que diabos é isso. Me cansa. Dói tudo.
Já me chamaram de louca, estranha... Não posso dizer que é mentira. Sou confusa também - acho que isso dá pra perceber. Mas mentirosa não. Eu digo a verdade. Sobre o que eu sinto, principalmente.
E meu erro é justamente esse. Eu devia guardar tudo, não dizer mais nada. Não confiar mais. Assim eu não seria chamada de mentirosa, ou fingida. Desconfiada talvez, mas quem não é um pouco? Ainda mais eu, que tenho tantos estúpidos ao meu redor... Um dia, me livro deles.

Quando me vejo perdida, me dá uma vontade de rir. De rir da minha desgraça e por ser tão miserável. Desinteressante, um pouco inútil. Sem atrativos. E sempre que tento colocar em ordem todas as minhas idéias, me confundo! Tudo some, me perco na memória e escondo ainda mais o que queria encontrar. Talvez eu precise de ajuda.

E quem é você de verdade?
Dramática, revoltada, infantil, extremamente meiga.
Tenho vontade de mudar. Ser mais firme em relação a sentimentos.
Não preciso dizer que falho. Uma vez, e mais outra.
Eu devia ter tomado cuidado. Mas não! Acredite nos outros, pense que talvez, só talvez seja diferente.
Mereço mesmo me fuder na vida. E eu aqui, 00:33 tentando esquecer e falhando - só pra variar.
Eu não pedi nada disso, eu não procurei. Eu não quis. E aconteceu.
Tomara Deus que eu morra logo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Escorre

Minha alma simplesmente não vai sangrar. Paredes ensobreadas de carvão rodeiam minha cena, e seus olhos contemplam com satisfação minha face castigada pela dor. A dor de uma perda.
Cruel, esquecido. Estou sendo picada por abelhas. Minha alma atacada é inocente. Eu consigo ouvir as difamações que foram pregadas para mim. Perdas eu conto, você rasgou através da minha mente e tirou meus pensamentos de mim! Meu espaço interno... Estou perdida, substituída com êxtase catástrofe!
Minha aparência não mostra simpatia. Eu, neste estado mental, aparento uma insanidade a qual jamais emoldurou meu rosto. Meu equilíbrio, onde está? Você o roubou? Por fim, estou perdida.
Mas eu arrasto neste antro escuro o que ainda resta. Minha conotação corporal envolve-se em videiras, e cada parte que aperta, representa outra. O sonho permanece desaparecido.
Foda-se.
Eu preciso de ajuda na minha vida? Eu sei que não há como eu escapar disto. É algo que procuro esconder, esquecer. Jogar fora, perder. Apenas fundir com a minha insanidade.
Tempo escurecido. Em minha vida, minha alma foi capturada na mistura da sua praga. Endurecida, cruel. Estou sendo picada por abelhas. Coragem fortalecida me mantém na necessidade. Maldito!
Minha vida é sem sentido agora, e é a você que eu agradeço.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

-

Acordei num banho de sangue. Meu rosto, mãos e colo estavam com sangue seco. Pingos manchavam minha blusa do pijama. Fui me dar conta disso apenas meia hora depois de ter acordado.
Ultimamente, tenho pensado muito no que anda acontecendo. Em coisas que deixei passar, que fiz, que me arrependi de ter feito. Coleciono decepções, mágoas. Acho que por tantas experiências desagradáveis, cheguei ao ponto de odiar sentir algum sentimento bom. Ser invadido por uma onda de emoções não é tão maravilhoso como os filmes mostram. Qualquer faísca vira incêndio quando você gosta. Aí você fica pensando, pensando, pensando. E depois se sente idiota por ter pensado tanto naquilo.
Não me afundo em bebida ou me engasgo com a fumaça do cigarro pra desviar os pensamentos. Procuro racionalizar tudo. A verdade pode estar bem na minha frente, mas não sossego até ouvir a verdade. Entrelinha não me interessa. Chantagem emocional e mentiras? Eu sei quando isso acontece, e sei me proteger...


Depois edito isso, agora estou com sono.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

And we are all together.

"Expert texperts choking smokers
Don't you think the joker laughs at you?
See how they smile like a pigs in a sty
See how they snide
I'm crying"

The Beatles.

Only.

"Yes, I'm alone but then again I always was
As far back as I can tell
I think maybe it's because you never were really real to begin with
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
And it worked
Yes, it did!"

Nine Inch Nails.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dear Prudence.

Minha memória sumiu. Não sei quem sou; esqueci quando acordei.
Saí logo após tentar encontrar algo que me explicasse quem diabos eu era. Não havia nada.

O céu escuro cravado de estrelas - pequenos brilhantes - chamou-me para dar uma volta.
Num outdoor, uma mulher bonita iluminava a rua deserta com seu sorriso. No rodapé, dizia seu nome: Kate Moss. Eu apenas quis o sobrenome.

Adiante, jovens ouviam uma música. Dear Prudence, let me see you smile. Eu sorri.
Meu nome é Prudence Moss.
- Quem canta? - perguntei.
- Beatles! - um jovem respondeu.
Gosto de Beatles.

Um homem passou por mim com cigarros. Sentou-se no branco próximo e vendo o meu interesse, indagou:
- Quer um?
Aceitei. Lucky Strike. Gosto de filtro vermelho.

Encontrei moedas no bolso da calça. Quis mais cigarros - o homem já não estava mais por perto. Adentrei uma loja. A atendente me perguntou minha idade. Eu não sabia.
- Adivinhe - eu disse. Um sorriso forçado se formou em meus lábios rachados de frio.
- Tem cara de dezoito. - ela deu um sorrisinho também - É, dezoito.
- Acertou.

Fiz o caminho de volta para onde eu achava ser minha casa - era de lá que eu tinha saído, afinal.
Senti frio, roubei um casaco.
Sou uma ladra.
Depois, luvas. E um violão - alguém o largou por aí.
Descobri que sabia tocar. Comecei com uma música suave. Aquela que eu tinha o meu nome.
Beatles.





segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Diálogo

Conversa de domingo.

Você voltou. Depois de alguns anos, eu sei. Voltou ainda com o mesmo maldito brilho nos olhos - azuis. Modos de um lorde inglês. Mas em nada você me interessava. Nem mesmo o tom claro de seus cabelos chamava a minha atenção. Eu lhe disse antes da sua partida que sua beleza era morta. Você sorriu - com o sorriso que eu mostrava em minhas lutas internas - e apenas respondeu que vida não era algo que muito me interessava. Fui obrigada a sorrir também. Confirmações, apenas.
E hoje, seus olhos brilhavam mais ao admitir minha derrota. Maldito seja, projeto de príncipe.
- Você está apaixonada.
Inclinei o rosto, com um pequeno sorriso. Você sempre pensou que arrancaria verdades de mim fazendo comentários aleatórios.
- Estou?
E você sorriu como eu. Fingindo naturalidade naquela conversa altamente dispensável.
- Não finja que não está. Eu sei. Dá pra notar.
Apoiei os braços na mesa, e encarei seus olhos, que mais pareciam nublados como o dia lá fora.
- Vai dizer que meus olhos brilham como os seus só por mencionar um nome?
Respostas com novas perguntas são odiosas. Você sempre reclamava disso.
- Está pensativa demais, porque isso te incomoda. Incomoda ver que está sendo dominada por uma coisa que você julga...
- ... trágica, ridícula e enjoativamente doce. - Assenti com a cabeça, apenas sentenciando a frase por você. Levei o cigarro aos lábios e desviei os olhos. Percebi - por um segundo tardio - que tinha confirmado sua maldita teoria. Soltei a fumaça que arranhava minha garganta. Você quebrou o silêncio que não deveria estar ali.
- Não é errado. E não é trágico, nem ridículo. Paixão é algo muito bonito.
- E o que você sabe sobre paixão? - Arqueei a sobrancelha, num gesto acusador. Você sorriu outra vez. Incrível como a minha expressão estava grudada em seu rosto.
- Sei mais do que você imagina.
Fiz um aceno negativo com a cabeça. Você queria que eu dissesse. Queria que me rendesse. Redenção é uma palavra bela, mas não para mim. Eu não me renderia como você há muito tinha se rendido.
- Pode ser muito bonito, mas não é válido. Paixão é muito sentimental pro meu gosto. - Voltei a tragar. O seu copo permanecia vazio. E você me encarou, tentando arrancar meus segredos dos meus olhos.
- Deixe de ser racional um pouco. - Você pediu, como se implorasse. E eu neguei - assim como você negava meus cigarros.
- Você acha que tudo é muito fácil. Se não for correspondido, só arrumar outra paixão. - Desta vez, eu não sorri. Dei um último trago no cigarro que ainda queimava meus dedos e acendi outro. Você me olhou com pena. E eu quis apagar o cigarro nos seus olhos, para ver se o brilho se esvaia de uma vez.
- Você tem medo de se machucar?
Parecia uma pergunta feita por uma criança de cinco anos. Ou mais.
- Machucar? Eu sou machucada, coração.
Meu sorriso fez com que você segurasse minhas mãos, num gesto rápido que eu não esperava. E você pediu outra vez.
- Tente ser feliz. É só isso que eu te peço.
Desta vez, eu ri. Você nunca gostou do meu riso, me achava meio louca com ele. A verdade é que eu sempre fui louca, e você nunca quis admitir.
- Eu não desejo mais ser feliz. Já reparou que quanto mais você deseja algo, mais isso se afasta de você?
Desvencilhei minhas mãos das suas. Cinzas de cigarro marcavam seus dedos. Sua aliança cintilava. Seu silêncio foi a melhor resposta que poderia ter me dado.
- Não posso me render, quando não sei o que me espera. Não posso arriscar, quando tem algo valioso em tudo isso.
- Está apostando dinheiro por acaso? - Pensei ter ouvido ironia no tom de sua voz, mas não. Ainda me achava materialista.
- Dinheiro não me vale de nada, por favor. - Repliquei, como se você tivesse me ofendido profundamente. Mas dei um singelo sorriso antes de terminar a conversa. - Meu coração não precisa de mais decepções.
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domingo, 26 de setembro de 2010

Dramione

Silêncio. Palavras que não precisavam ser ditas.
- Eu não sei o que você está pensando. Mas essa sua filosofia trouxa não funciona comigo. Nós dois sabemos que eu não preciso desse tratamento.
Ela tirou os olhos do porta-retrato, onde o noivo sorria. As íris castanhas pareciam estranhamente opacas. Evitou encarar os olhos prateados do homem a sua frente - é claro que evitou. Visualizou seu rosto num conjunto.
- Você sabe o que ele era meu, não sabe?
Ele assentiu com um leve aceno de cabeça. Inexpressivo.
- Sim, eu sei.
Ela tamborilou as unhas na mesa. Maldita mania irritante.
- Então não me diga que você não precisa de tratamento.

Hallelujah.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Acusações

- Você está abusando, isso dá cadeia.
- Não abuso porra nenhuma.
- Você está transando com elas.
- Faço o que elas querem que eu faça.
- E o que elas querem, então?
- Sentir o sangue escorrer.

Eu pensei que teria diversão e jogos, mas ao invés disso é sempre a mesma maldita coisa; os seus olhos me acusando. Eu não posso sentir um pouco de prazer? Eu preciso. Causa um grande efeito. Não em mim, não em minhas bonecas. Gosto de sentir a loucura - fruto do seu ciúme - em você.
Eu sinto que estou perdendo o juízo (outra vez?). Sua boca toma minha alma, em pequenos goles. O seu corpo é a minha droga. Eu estou dependente.
Tudo o que eu faço, é procurar por você. Eu preciso desse vício (eu gosto de brincar), você precisa de mim? (precisa sentir o que eu faço). E o que isso significa pra você? Pra mim, é algo que faço sem pensar.

- Eu sou a primeira que vem aqui?
- Não.
- Serei a última?
- Talvez.

PS: É quase pedofilia sim, não enche meu saco.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sofra outra vez

Sabe qual é o real problema? Eu me perdi quando você surgiu. Perdi minha alma quando ela uniu-se à sua naquela vez. Perdi meu corpo quando o seu corpo dormia dentro de mim. Por vezes, sentia-me como um traidor (não era isso o que me tornei?). Maldito seja o gosto da sua carne! Fazia juras e votos secretos, com mil promessas para que não voltasse a cair em tamanha tentação. Mas bastava que você me sorrisse para que tudo viesse a baixo. O respeito que tinha por mim, esvaia-se. E as promessas? Olhe para baixo, que as verá mescladas à poeira de meus sapatos. Neguei diversas vezes teu nome para mim mesmo, evitei todas as formas, mas não fui forte. Não precisava muito para me desmontar, e você sempre soube disso. Em meu quarto, apenas existíamos nós. E quando você ia embora? Minha alma partia-se, mas minha carne clamava por mais da sua. Meus olhos jorravam sangue quando eles enxergavam a sua boca colada à dele. Eu estava me m u t i l a n d o por dentro, e a culpa era sua. Era minha culpa. Quantas vezes tranquei a porta, para que você não me assombrasse a noite? A sua voz doce apenas chamava meu nome, baixinho. Corroia-me por dentro; a vontade de tê-la (mais uma vez) era maior do que o peso em minhas costas. A maçaneta parecia frágil de girar, e as paredes eram cúmplices do meu amor proibido. Maldito seja o doce sabor do seu beijo! Maldito seja o timbre suave da sua voz! Eu amaldiçoava tudo quando acordava de manhã e você não estava mais ao meu lado. Decerto, estaria emaranhando ele em seus cabelos. Eu arrancava os meus só em pensar em tal coisa. O quarto perdia a cor sem você. Eu perdia o rumo sem você. E agora, quando todos os meus sentidos clamam por ti? Eu tento enganá-los com qualquer outra, mas já estão viciados nas curvas do seu corpo, no perfume de seus cabelos e no brilho dos seus olhos. Eu sigo tentando enganar a mim mesmo, querendo (tentando) te esquecer. E esse é o meu pior defeito.

PS: Adoro postar textos antigos. E sem moralismo aqui, obrigada.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A sombra dentro de mim

A sombra dentro de mim some junto com a tua tristeza quando deitamos juntos. Eu e você não sentimos nada. Não foi o que você disse enquanto nos amávamos loucamente na minha cama? Arranque as cores da maquiagem, mulher. Deixe seus sentimentos na porta, aqui dentro o que quero é teu corpo. Estou participando do teu jogo.
Eu quero ver você nua na minha cama. Eu disse que você era a única. Talvez eu tenha mentido. Qual é seu nome? Quem você ama? Eu quero te odiar, tratar-te como se eu tivesse o bastante. Talvez eu seja apenas um peão no seu tabuleiro. Mas você sempre será a minha rainha.
Continue mascarando a vergonha, case logo. Ele não é o teu futuro? Mas eu duvido que ele te faça mais mulher do que eu. Eu duvido que ele te faça gemer de prazer como eu. Eu duvido que ele te ame mais do que eu. Tente me esquecer com ele, mulher. Conseguirá? É o que me pergunto.
Fique lamentando o dia no qual você não acreditou em mim. Sim, eu te amei. Mas agora, te mostrarei apenas o que você quer ver: o meu fim.
Por isso eu sofri tanto, mulher. Queimei-me em você, e transformei-me em cinzas. Tudo o que eu quero agora é uma ressurreição. Você não era minha, lembra? E eu sempre fui teu. Maldito tolo, eu fui.
Nenhuma outra possuiu o mesmo brilho, nem o mesmo ardor. As outras eram como gelo. Você, era como fogo.

Texto chave.
Sem drama e sem neura aqui, por favor.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O mundo sem Joe

"Joe: xííííííííííííííí é difícil mais vamu lá né
 primero:èla é minha irmã e isso faz dela foda 
segundo: ela é mó fodinha como eu 
terceiro:ela é mutio gatinha e eu gostu muito dessa chata 
hauhauhauahu
mais aew cuidado se não toma tiro do irmãozão dela heim
EEEEEEEEEUUUUUUUUUUUU
hauah
feliz feliz feliz
¬¬´"


Miss you, miss you, miss you... ♥


É uma dor que não passa. 

Viver em mil pedaços seria tudo pra mim

"Diz que não é tarde
Diz que não vai começar a dizer que já vai
Diz pra mim que vais estar lá
sempre pra me segurar se eu deixar que
me atires rumo ao céu
me diz, que eu vou acreditar

Não permitas que a solidão me seja o fim
ao gritar por teu nome
Diz que vou guardar-te sempre
em meu rosto este mesmo olhar

Me deixa uma vez mais encantado pela voz que vence madrugadas"

Dance of Days.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sangue purifica

Eu quero te machucar, sentir as pontas de minhas unhas rasgando seu rosto. Quero queimar meus cigarros no seu corpo, quero soprar cinzas em seus olhos. Eu preciso de ver chorar, talvez a dor em mim diminua. Eu preciso te ver sangrar, só pra saber se você vai sentir tanta dor quanto eu senti...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Cinzas, cigarros, eu

Não sou louca, tampouco tenho intenção de parecer sábia. Não é uma história somente de cigarros e insônia. Não gosto de matar, apenas é um trabalho - com álcool e nicotina. Um detalhe. Tantas coisas precisam morrer aqui dentro.
Sim, eu me mato e me torturo. Algumas vezes, isso passa dos limites e eu tenho vontade de matar os outros. Só pra ver se a dor se esvai com um sangue que não seja mais o meu. Pra tentar fechar os olhos e dormir. Tentar fechar os olhos e não enxergar os seus.
Eu morri em mim mesma várias vezes. Ressuscito rápido, eu sei. Mas me falta alma. As cinzas de meus cigarros são as minhas cinzas. Minha alma já morreu quando queimei as pontas dos dedos. Em você.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Toi l'ennui et moi la transe

"Tu es la tristesse moi le poete.
Tu es le corps et moi la tête.
Tu es i'amer et moi le doux.
Tu es le néant et moi le tout.
Tu es le chant de ma sirene.
Toi tu es le sang et moi la veine.
T'es le jamais de mon toujours.
T'es mon amour, t'es mon amour"

Carla Bruni.

sábado, 4 de setembro de 2010

It’s not right

I never knew the perfection 'til
I heard you speak, and now it kills me
Just to hear you say the simple things

Now waking up is hard to do
And sleeping's impossible too
Everything's reminding me of you
What can i do?

Maroon 5.

Realidade?

Ilusão resume o que eu sinto.

Vou deitar, mas não vou dormir. Eu perco o sono só de pensar em você.

Sem tortura, por favor.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

-

E acaba comigo.

Espera um pouco

Eu queria dizer tanta coisa... mas não vou dizer. Redenção é admitir que se ama alguém. E eu não vou me render. Ainda.
Orgulho bate forte aqui dentro.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Me dá um medo

Eu já não sei se eu to misturando
eu perco o sono
lembrando cada gesto teu
qualquer bandeira
fechando e abrindo a geladeira a noite inteira

Cazuza.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cumplicidade

- Mas a questão é que ando pensando muito sobre. E isso me incomoda.
- Quanto mais você pensa que isso te incomoda, mais isso vai ficar na sua cabeça.

- O pior, nem é não ter alguém. É ter e ao mesmo tempo não saber se tem.
- É tipo ter o prêmio na mão e ficar pensando "Vai cair essa porra e vai quebrar...".
- E ficar desviando das pessoas que passam correndo.


sábado, 28 de agosto de 2010

Verdades

"De vez em quando o sol brilha
eu penso em você
De vez em quando chove
eu penso em você
De vez em quando todo dia
eu penso em você
Toda noite eu penso em você"

"Não sei por que nem sei dizer como eu insisto em te querer"

Carbona.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vícios

Minha nicotina, meu álcool e o seu gosto.
O último vício, é sempre o mais difícil de largar.
E o melhor para apreciar.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Marcada

Há algumas marcas roxas na minha pele. Consigo contar cinco - algumas maiores que outras. Toda vez que as olho, eu me recordo de como elas apareceram em mim.
Se isso é realmente um lembrete, está funcionando. Sei do preço.
E talvez, terá troco.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Miss" Brightside

"I'm comming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all

How did it end up like this?

And I just can't look, it's killing me
And taking control 

But it's just the price I pay"

The Killers. 

Insônia

"Apesar de meus olhos estarem fechados, eu nunca estive tão acordada e atenta em toda a minha vida. Cada movimento e cada respiração são captados pelos sentidos que agora tomam o lugar de minha visão. Eu sinto seu corpo quente e macio se moldando ao meu, sinto o colchão ondular a cada vez que você muda de posição. Sinto seu cheiro se dissolvendo no ar frio que nos envolve. Eu sinto o calor de sua respiração na curva de meu pescoço e me pergunto - um milhão de vezes - se você gosta do meu cheiro o tanto que eu gosto do seu.
Eu imagino - e posso apenas imaginar, porque eu nunca terei coragem de fazer essa pergunta em voz alta - que sim.
(...)
Porque eu não estou dormindo. Eu não consegui dormir - eu fingi. Fiquei com os olhos fechados durante a maior parte do tempo, apenas para que, caso você acordasse, não imaginasse que eu te observava enquanto dormia.
(...)
Você me surpreende ao se mexer novamente. Faz com que eu feche os olhos, ainda com o maldito medo de ser descoberta lhe observando.
(...)
É cedo demais, ou tarde demais para isso, mas eu te amo. Com cada pedacinho da minha alma, com cada pedacinho da minha
dor."

6PM.    

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

I feel my wings have broken in your hands

"Let your warm hands break right through
Somebody save me
I don't care how you do it
Just stay (stay with me)
Stay, stay, c'mon!
I've been waiting for you

I made this whole world shine for you
C'mon, I'm still waiting for you"

Remy Zero.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Me deixa dormir

Eu quero e preciso dormir. Dá pra, por favor, parar de me torturar?
Meu coração gosta de me ver acordada. Judia bastante, coração filho da puta.


I can't see what's going on

There's still a little bit of your song in my ear
There's still a little bit of your words I long to hear

Damien Rice.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O acaso é amigo do meu coração

"Deixo tudo assim, não me importo em ver a idade em mim.
Ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto.

Sei do incômodo e ela tem razão quando vem dizer, que eu preciso sim, de todo o cuidado."

Los Hermanos.
Eu gosto e combina com a minha vida de Charlie Brown.

Sentimental 2.

"Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente.
Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."

Los Hermanos.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um dia comum

É só um dia então, como outro dia qualquer em que você não é ninguém especial pra ninguém.

Dance of Days.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Preciso esquecer

Tentei deixar pra depois. Não é que isso ficou martelando na minha cabeça desde que tentei dormir em casa?
Descobri que tenho ódio de mim por me sentir desse jeito. Espero conseguir esquecer. Ou vou acabar ficando mais louca por sentir tudo isso.
Perdi o controle - e eu já disse isso. Repetir não custa nada.


Um caminho, um motivo, um lugar.

domingo, 15 de agosto de 2010

Cannonball.

There's still a little bit of your taste in my mouth
There's still a little bit of you laced with my doubt
It's still a little hard to say what's going on
Damien Rice.

Posses.

Cala-te, minha criança. Suas lamúrias não mais me incomodam, eu agora tenho a plena certeza que comigo é teu lugar. Tu sabes que eu não vou deixar-te partir. Não implore mais, renda-se de uma vez. Por que insistes em livrar-te do que tu necessitas? Na penumbra da noite, é meu nome que teus lábios proclamam. É meu toque que teu corpo procura sentir. Por que tu mentes para si mesmo? Tens a plena consciência que é de mim que tu precisas, e de ninguém mais. Minha alma mora dentro de ti, e foste tu quem oferecera abrigo. Eu não adentrei teu íntimo rasgando tua pele, tu me introduziste de pura e boa vontade. Foi um erro, mas tu não te preocupaste em corrigi-lo; preferiste continuar a sentir a mesma dor, dia após dia. Esta foi uma escolha tua, não minha. Não me culpes por querer dominar o que já me pertence.
Eu não dispensei teu coração frágil, como tua escolhida fez. Pelo contrário; eu aceitei o teu convite, e imergi em tua alma para salvar-te de seus males. Agora tu queres rendeste-se a quem apenas a vê como opção? Não meu amor, isso é algo que eu não permito. Jamais vou deixar que se desfaça de mim. E se por acaso eu permitir, sei que tu não terás coragem.
Você é meu, não vê?
Sempre foi.


PS: Texto antigo sim, foda-se.

Amor?

Isso tem que acontecer logo comigo? Eu estava tentando me controlar, e esquecer essa idéia absurda. Tentei não pensar, mas tudo saiu do meu controle. E eu me viciei! Posso admitir que não sei o que vou fazer agora.
Pronto, acabei de me perder.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Aquilo que eu temia aconteceu

Pois eu, eu só penso em você
Já não sei mais porque
Em ti eu consigo encontrar
Um caminho, um motivo, um lugar
Pra poder repousar o meu amor

Los Hermanos.

É só uma música.

Apenas palavras bonitas - que iludem - em uma melodia. Uma voz cruelmente calma, que toca a alma e esquenta os neurônios - de tanto pensar. Dói só de tentar entender o por quê.
E eu não consigo mais parar de ouvir.

Sobre você.

Ter alguém e perder, machuca.
Não ter e perder mesmo assim, destrói.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Amanhã.

Não se preocupe comigo, não me espere acordado. Acho melhor você até dormir, eu não volto mais. Me desculpe! Eu disse que voltaria? Eu sei! Mas hoje não dá, espere por amanhã. Ou até quando você aguentar.

Sentimental.

Eu só aceito a condição de ter você só pra mim.
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir...

Los Hermanos.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cigarros.

Ontem eu vi que há algo bem estranho acontecendo.
Sinto um gosto doce na boca. Mas a fumaça é amarga, não é?
Talvez não seja mais.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Fogo.

"Arrematado tolo, eu, que julguei ter espaço naquele coração frio! Arrematado tolo, que anunciei meu amor aos quatro ventos! Arrematado tolo, que se consumia em chamas, que via fogo por todos os cantos, que sentia o sangue ferver e borbulhar nas veias de raiva e ciúme! Arrematado tolo!, dizia aquele olhar…"

Fanfic "Fogo", Sirius/Bellatrix.

Acho que agora sinto o que Sirius estava passando.
E descobri que "arrancar a alma com um sorriso" não é um modo de dizer. É verdade.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

As cores.

Primeiro, o cinza. Os cigarros preenchendo o chão - e a nicotina, a minha alma.
Sua alma? Está presa entre seus dedos, queimando seus olhos.

E depois, o vermelho. Sangue.
Oh pequena Wendy, vai morrer banhada nas cores que tanto idolatra.

Mas então, eu me livro de qualquer resquício de cor (de vida). Novamente, monocromático.
As cinzas de meus olhos estão impregnadas nas paredes. Eu pensei que podia ver, mas sempre fui cega.
Com as gotas do meu sangue, eu desenho meu eu
interno despedaçando. Eu estou afundando, não vê? E você não pode me salvar. Ninguém pode.
Será dessa forma, até o fim dos meus
poucos dias. Eu, e minhas cores. Vermelho, cinza e preto. Cores que resumem uma ascensão e queda - a minha.

Por editar. 

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Reticências.

- Você vai morrer, meu amor.
- Está atrasado.
- Você ainda está de pé.
- Mas minha alma já morreu. 

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mais jogos.

A arte de ignorar. É praticada com frequência pela minha pessoa por muitos. É agradável, sem dúvida. Não é preciso se mover, nem é preciso reclamar. Apenas ignorar, e aguardar uma atitude sensata do outro. A maioria dos seres humanos não suporta indiferença e muito menos o descaso. Falta de carinho incomoda, alguns se lamentam por isso. E ninguém gosta de ficar próximo de quem finge não ver.
Não estou falando de cegueira, longe disso. Mas convenhamos que ser tratado como qualquer um leia-se ser ignorado, é algo que nos faz pensar. Pensar e tomar a atitude sensata que eu disse lá em cima. Se você não sabe jogar, é verídico que vai perder. Não há como contar com a sorte nesse nível. A única coisa a se fazer, é dar um fim no jogo, antes que se canse demais e acabe consigo mesmo. Game over. 
Mas, dar esse fim pode ser um fardo pesado demais para carregar. Cuidado com as palavras é importante. Minta, esconda alguns fatos se quiser. Apenas esteja preparado caso o outro consiga ouvir além de suas palavras e encontrar seus segredos imersos em seus olhos. E é aí que mora o perigo.
Se você me expulsa da sua vida, quer dizer que não sou bem vinda. E também quer dizer que jamais voltarei para o mesmo posto que outrora tive. Não por decisão sua, por decisão minha. Eu prefiro não desligar os aparelhos, mas caso for preciso, eu o farei, pois sei o que faço. E se por acaso eu me arrepender, não há problema. Logo mais, verei que foi o melhor a se fazer. O orgulho que bate no peito de pessoas como eu, não é passado pra trás por nada. E nem por ninguém 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Please, don't leave me.



Minhas lágrimas formam desenhos em meu rosto. Meus olhos doem. 
Você poderia sorrir para mim? 
Eu estou tremendo. Não de raiva. Estou com medo. 
Pode me dar um abraço bem forte?
Não consigo fechar os olhos. Sinto meu coração em estilhaços.
 

Você pode, por favor, fazer essa dor parar? 

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Amarelo.

Hoje, eu ouvi essa música várias vezes - e chorei. Assim como fiz ontem, e anteontem. E eu penso em você. Lembro de como te olhar sorrir me faz sorrir também. Fazia.

Eu, fotografia preto e branco. Você, tinta guache sobre tela. Opostos.

Eu só queria que você abrisse seus olhos, para enfim, poder olhar nos meus. 

terça-feira, 13 de abril de 2010

Pedidos.

Ajude-me a compreender, a organizar meu mundo. Dê-me estrutura, e não o caos.
Não fique angustiado, pois posso também me sentir assim. Respeite meu ritmo. Se tentar compreender minhas necessidades e meu modo especial de enfrentar a realidade, não terá dificuldades em se relacionar comigo.
Não se deprima, com sua ajuda posso progredir e me desenvolver cada dia mais.
Como todo ser humano, sinto necessidade de compartilhar o prazer e o gosto de fazer bem as coisas, embora nem sempre consiga.
Preciso de mais ordem que você, e mais do que você, preciso prever as coisas do meu meio.
Precisamos negociar meus rituais de convivência.
Para mim, é mais difícil compreender o real sentido de algumas situações. Então me ajude! Peça-me para realizar o que tenha sentido completo e decifrável para mim. Não deixe que eu me embruteça e fique inativo diante do meu potencial.
Não se envolva demais comigo, respeite os momentos de distância que preciso, mas não me deixe só.
Tudo o que eu fizer, nada é contra você. Quando tenho dificuldades em fazer o que pede, não estou querendo te aborrecer. Tenho um problema de intenções, mas não me atribua más intenções!
Meu desenvolvimento não é racional, embora não seja tão fácil de entender, tenho minha própria lógica, e muitas das condutas que chamam de "alteradas" são formas de enfrentar o mundo com meu jeito especial de ser e perceber. Faça um esforço, e tente entender.
Os adultos são muito complicados! Meu mundo não é complexo e nem fechado, é um mundo simples, sem embustes e mentiras. Tão ingenuamente exposto que, às vezes, você acha difícil chegar até mim. Acho que sou mais feliz do que as crianças que você considera "normais".
Não sou apenas um ser com dificuldades, sou uma criança. Gosto de brincar, me divertir, gosto dos meus amigos, dos meus pais e também dos meus professores. Na minha vida, há mais o que compartilhar do que separar.
Vale a pena viver comigo, posso te proporcionar tanta satisfação como outras pessoas. Posso até ser, em determinado momento da sua vida, tua maior e melhor vitória.
Ninguém tem culpa das minhas dificuldades. A idéia de "culpar" não faz mais do que aumentar minha sensação de perda diante da vida.
Não me peça sempre aquilo que está muito longe do meu alcance e possibilidade.Peça-me o que você sabe que eu posso fazer, assim estará me ajudando a ter autonomia.
Ajude-me com naturalidade, sem tornar sua missão, uma obsessão. Fique sempre perto de mim, mas sem tornar minha presença uma carga muito pesada. Na minha vida tem havido momentos difíceis. Mas acho que a cada dia estou um pouquinho melhor, não acha?
Embora para mim seja extremamente complicado entender as sutilezas sociais, tenho algumas vantagens em comparação aos que chamam de "normais". Posso ter dificuldade de compreensão, escrita, organização, locomoção e até comunicação, mas não costumo me enganar. Posso não compreender, mas tão pouco tenho dulpas intenções ou sentimentos perigosos, tão comuns na vida.
Para eu ser feliz, basta uma vida simples, ordenada e tranquila, desde que não me façam constantes exigências daquilo que é o mais difícil para mim. Minha vida pode ser tão linda como a sua vida "normal". E sempre que precisar e sentir vontade, poderei te ajudar a enxergar um mundo especial.

Referências retiradas do texto de Angel Riviére Gómez (Assessor Técnico de APNA - Madrid - Espanha).

É o que nos pede uma criança com distúrbio no desenvolvimento.

Meu pequeno príncipe William. Meu orgulho, minha vitória, meu sangue.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Um.

Olhe para mim. O que você vê? Todos enxergam o mesmo. Um corpo sem vícios, sem intensidade e sem vida. Veja estas fendas. Escorrem sangue. O sangue que devia escorrer do seu corpo imundo, não do meu.
Meus olhos sangram enquanto os seus ficam a sorrir. Você roubou meus pensamentos de mim! Milhares de lágrimas eu conto. Uma a uma, mancham meu rosto. Eu caí mais uma vez de braços bem abertos.
Ressuscitei mais de mil vezes, tentando reconstruir um eu interno que nunca volta. As memórias que eu sempre procurei enterrar, formam idéias suicidas em minha cabeça. Minha mente quase inocente é fraca, burra. Tudo confuso. Tormento.
Eu levanto, mas tombo em seguida. Não há mais força de vontade. Não consigo estancar esse sangue, que deixa o gosto que não quer parar. Está por toda parte. As paredes não me deixam sair. Estou presa em meus próprios pensamentos. Parem! As vozes ecoam em minha cabeça.
Eu não consigo controlar o ódio, nem a dor. Eu prefiro definhar a sujar minhas mãos com você. Tudo o que você fez até hoje, não serviu de nada. Você veio ao mundo somente para trazer dor. Se todos soubessem o que eu sei, arrancariam seu coração neste instante.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

E um pouco mais de insônia.

Sem drama, sem Wendy morta. Apenas a verdade.
Não vou mais ficar pensando nos outros. Ninguém pensa em mim pra nada. Então, por que diabos eu tenho que ficar me preocupando com qualquer filho de uma puta suja? Acabou a festa, chega. It's over. 
Tirem as crianças da sala. Não sou um bom exemplo e não vou ser. Cansei de olhar pra um rosto novo, e ver a mesma maldita máscara de falsidade. E eu simplesmente odeio não me sentir importante. É o que sempre acontece. 
Eu quero mais é viver do meu jeito. Nunca me importei com o que os outros pensam, não vou ligar agora. Eu estou pouco ligando se acham que eu sou patricinha mimada, favelada, se eu rodo bolsinha ou se eu vou me acabar na cachaça e no cigarro. Ninguém sabe de nada sobre mim. Nunca conseguem me compreender. E isso é tão irritante quanto perfeito
Vou agir sem pensar duas vezes. O melhor pra mim é o que importa, certo? Eu escuto isso tantas vezes. Gostaria de ouvir algo que me transmitisse alguma certeza. De incerto, já basta o amanhã.
E por Deus, alguém me dá mais uma dose de vodka para que eu possa dormir.