segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Insônia

"Apesar de meus olhos estarem fechados, eu nunca estive tão acordada e atenta em toda a minha vida. Cada movimento e cada respiração são captados pelos sentidos que agora tomam o lugar de minha visão. Eu sinto seu corpo quente e macio se moldando ao meu, sinto o colchão ondular a cada vez que você muda de posição. Sinto seu cheiro se dissolvendo no ar frio que nos envolve. Eu sinto o calor de sua respiração na curva de meu pescoço e me pergunto - um milhão de vezes - se você gosta do meu cheiro o tanto que eu gosto do seu.
Eu imagino - e posso apenas imaginar, porque eu nunca terei coragem de fazer essa pergunta em voz alta - que sim.
(...)
Porque eu não estou dormindo. Eu não consegui dormir - eu fingi. Fiquei com os olhos fechados durante a maior parte do tempo, apenas para que, caso você acordasse, não imaginasse que eu te observava enquanto dormia.
(...)
Você me surpreende ao se mexer novamente. Faz com que eu feche os olhos, ainda com o maldito medo de ser descoberta lhe observando.
(...)
É cedo demais, ou tarde demais para isso, mas eu te amo. Com cada pedacinho da minha alma, com cada pedacinho da minha
dor."

6PM.    

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