sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Diálogos

- Estou sendo boba.
- É bonitinho, vai.
- Não acho bonitinho ficar sem dormir.

- Você devia confessar logo.
- Eu não.
- Medrosa.
- Sinto que não é válido.
- O que você sente?
- Se fode. O que eu sinto é mais do que válido. Não acho válido ficar falando.
- Devia falar pra quem interessa.
- E quando quem te interessa não se interessa?
- Isso é confuso.
- Eu sei.
- Consegue dormir?
- Não. Sou dramática, sabe disso.
- Devia dizer logo. Aí acabaria logo com isso.
- Talvez.

- Eu acho que todo mundo quis me mostrar a verdade.
- E aí?
- Eu não quis enxergar. Acho que acreditei em alguém que não existe.
- Só no seu pensamento?
- Quase isso.

Screaming.

"I'm missing your bed
I never sleep
Avoiding the spots where we'd have to speak
And this bottle of beast
Is taking me home

I'm cuddling close
To blankets and sheets
But you're not alone, and you're not discreet
Make sure I know who's taking you home"

Dashboard Confessional.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Acabou

Ela gritava e chorava cada vez mais, se debatendo fracamente contra o desejo que tomava conta de meu ser, e no meu último espasmo eu a golpeei com o punhal na lateral da barriga. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes. Seus olhos se arregalaram de dor, e quando fui ao maravilhoso ápice do inferno que me rodeava, que visitei as portas de cobre do demônio de perto, respirei e me acalmei. Nunca havia me sentido assim antes. Sentia-me, esquecendo de todas as palavras, livre. Apenas livre.

Dramione

"Eu te odeio.

Por todas as particularidades, falhas e imperfeições. Por ter me tirado do meu torpor, mesmo que através do ódio. Por ter insistido em mim, mesmo que isso tivesse me deixado tão puto. Por aquela noite. Porque aquilo não mudou nada a nossa volta, mas nos mudou, me mudou, tão intensamente, que é um sacrilégio que o mundo tenha continuado a girar da mesma forma. Por você. E apenas você.

E eu ainda te odeio, porque você complicou tudo, porque você me fez trocar o certo por... nada, absolutamente nada de concreto, mas ainda sim, é você. E nem eu poderia ignorar isso, eu já o fiz por tempo o suficiente.

E quando eu digo que não tenho nada, Granger, eu quero dizer que eu dizer que a segurança dos meus pais não me basta, que a minha segurança não basta. Eu quero viver, Granger, e você, só você, é a culpada por isso. Porque eu já tinha desistido disso, de tudo isso. E então você veio e mudou tudo e agora eu quero uma vida, como qualquer outra pessoa tem"

Konstantine, Draco/Hermione.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Vontades

Quero você quente nos meus braços, tão fácil na minha cama. Você tem a chave do meu coração quando usa aquele doce perfume. Eu quero te maltratar, vou lhe dizer isso bem na sua orelha. Você me deixou sentir o seu perigo, e eu deixei você ter este puro sentimento aqui. Quero o toque do seu encanto, o calor da sua respiração. Quero te dizer todas aquelas coisas que poderiam ser melhores não ditas.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Possessão

Primeiro, eram as cores. Estavam lá, intactas. Puras. Assim como sua alma.

AGORA NÃO.

Seu ódio estava contido em suas veias (latejantes). Jorrava seu sangue nas telas. E lembrava-se do sangue que escorria dela, ao cometer o ato quase homicida. Não me importa a dor, desde que eu possa sentir. Uma obra de arte, uma autobiografia desenhada e suja. Força nos pincéis, buracos nas telas. Gritos de rancor. Um corpo sem vida. Você, onde está? Alma podre.

Em seguida, os gritos. Soluços, lamúrias. E pedidos. Por favor!

Jamais serei sua. Pregou as mãos na casta pele alva, colou a boca nos delicados lábios rosados. Movimentos bruscos, desvairados. Penetrando a pele, rasgando o íntimo e clamando por sangue. Quero sentir sua dor. A alma dela outrora pura, ia descobrindo um outro sentido. Você é minha. Tinha fome daquela carne, o gosto amargo do que era tomado a força. Queria ouvir seus gritos, entoando a canção triste em seus ouvidos. O desespero. Tenho sede do seu sangue, minha menina.

Você primeiro

Teus olhos são pedras. Fagulhas finas me enfiando na carne o gosto do sangue que eu te dei. Vá embora e não me olhe espalhar no chão as lágrimas que tu não quiseste. E não ouses vir aqui para culpar-me pela tua inconstância. Oh, não. Essa dor é minha, jamais foi tua, pois são minhas mãos quem doem todas as madrugadas, enquanto seguram o copo de absinto que minha garganta regurgita. Viste agora a diferença? Sou desprezível, meu caro. Tu ainda és o hipócrita aqui, ainda se esconde por detrás dessas máscaras. Quem tu pensas que és? Que podes levar para longe minhas palavras e transformá-las em cinzas. Não, teus olhos são cinza, não os meus. A culpa é toda tua, meu caro. Sempre foi.

Morra

É que às vezes eu lhe pego encarando a si mesma no espelho e perguntando: “Quem você pensa que está enganado?”. Você não era infeliz, só tinha os olhos tristes pela falta do toque, que seu marido – seu marido! – jamais teria. Então, culpe-se. Eu espero que você se lembre de cada beijo não dado e de cada marca não curada. Quero que lembre o sangue que derramamos por isso. Isso que você deixou morrer. Mas, especialmente, eu espero que você saiba que a culpa é sua. Não pense, pare de ser tão hipócrita e, por favor, assuma para si mesma que tua dor é minha. E foi você covarde demais para voltar uma última vez os olhos. Finalmente, eu espero que você apodreça dentro de mim, para jamais me deixar só.