segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bom dia

Eu olho pra você, e você se incomoda. Eu insisto, com os olhos pregados em suas feições. Eu diria delicadas, se não soasse tão frágil.
Eu ainda estou olhando. Com um pouco de lágrimas contidas nos olhos, é verdade. Mas eu procuro nos seus, uma espécie de conforto. E você desvia o olhar. Eu permitiria que as lágrimas caíssem, mas isso soaria muito frágil.
Eu quero te olhar de uma forma diferente. Ver você como um pedaço de carne. Pra mastigar, mastigar, mastigar. E cuspir, só por ter medo de engordar. Eu não devia dizer isso. Você é muito frágil pra ser usado assim.

PS: Sem pretensão, obrigada.

domingo, 24 de outubro de 2010

Conselhos

Eu aconselho você, a colecionar facas. Encontre-as, colecione-as e enfeite sua parede do quarto com elas. Também aconselho a escolher a mais bela entre todas. Não necessariamente a de material mais nobre, escolha aquela que você mais admirar. Empunhe esta faca escolhida. Deslize a parte cortante em seu peito. Faça com calma. Escute o seu grito estridente de dor. Observe o seu sangue escorrendo. Está sentindo? Então, eu quero que você acabe com isso. Abra mais o corte e sinta o sangue purificando sua alma. Tente arrancar o coração.
Aconselho a arrancá-lo de uma vez. Eu tentei, e não consegui.
Questão de tempo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Significados.

Or•gu•lho: sm 1. Sentimento de dignidade pessoal; brio; altivez. 2. Amor próprio demasiado; soberba. 3. Aquilo ou aquele(s) de que(m) se tem orgulho. or•gu•lho•so. adj.

Re•cei•o: sm. 1. Dúvida com temor; medo, apreensão.

Dor: sf. 1. Med. Sensação de sofrimento, decorrente de lesão (5) e percebida por formações nervosas especializadas. 2. Mágoa, pesar.


sábado, 16 de outubro de 2010

Mais confusão

Todo mundo é sempre igual?
Mentirosos, egoístas. Nojentos. Apenas atrás de algo pra satisfazer seu ego imensamente medíocre.
Pessoas que tem o poder de magoar. Penetram sua alma, e ferem seu coração. Enquanto você sequer passou a primeira camada de pele.
E quem disse que o mundo é justo?
Sofra mais um pouco.

Eu gosto de sofrimento, acho bonito. Acho bonito sofrer por amor. Amor é trágico e belo ao mesmo tempo. Não gosto de sofrer muito por amor - ou sei lá o que diabos é isso. Me cansa. Dói tudo.
Já me chamaram de louca, estranha... Não posso dizer que é mentira. Sou confusa também - acho que isso dá pra perceber. Mas mentirosa não. Eu digo a verdade. Sobre o que eu sinto, principalmente.
E meu erro é justamente esse. Eu devia guardar tudo, não dizer mais nada. Não confiar mais. Assim eu não seria chamada de mentirosa, ou fingida. Desconfiada talvez, mas quem não é um pouco? Ainda mais eu, que tenho tantos estúpidos ao meu redor... Um dia, me livro deles.

Quando me vejo perdida, me dá uma vontade de rir. De rir da minha desgraça e por ser tão miserável. Desinteressante, um pouco inútil. Sem atrativos. E sempre que tento colocar em ordem todas as minhas idéias, me confundo! Tudo some, me perco na memória e escondo ainda mais o que queria encontrar. Talvez eu precise de ajuda.

E quem é você de verdade?
Dramática, revoltada, infantil, extremamente meiga.
Tenho vontade de mudar. Ser mais firme em relação a sentimentos.
Não preciso dizer que falho. Uma vez, e mais outra.
Eu devia ter tomado cuidado. Mas não! Acredite nos outros, pense que talvez, só talvez seja diferente.
Mereço mesmo me fuder na vida. E eu aqui, 00:33 tentando esquecer e falhando - só pra variar.
Eu não pedi nada disso, eu não procurei. Eu não quis. E aconteceu.
Tomara Deus que eu morra logo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Escorre

Minha alma simplesmente não vai sangrar. Paredes ensobreadas de carvão rodeiam minha cena, e seus olhos contemplam com satisfação minha face castigada pela dor. A dor de uma perda.
Cruel, esquecido. Estou sendo picada por abelhas. Minha alma atacada é inocente. Eu consigo ouvir as difamações que foram pregadas para mim. Perdas eu conto, você rasgou através da minha mente e tirou meus pensamentos de mim! Meu espaço interno... Estou perdida, substituída com êxtase catástrofe!
Minha aparência não mostra simpatia. Eu, neste estado mental, aparento uma insanidade a qual jamais emoldurou meu rosto. Meu equilíbrio, onde está? Você o roubou? Por fim, estou perdida.
Mas eu arrasto neste antro escuro o que ainda resta. Minha conotação corporal envolve-se em videiras, e cada parte que aperta, representa outra. O sonho permanece desaparecido.
Foda-se.
Eu preciso de ajuda na minha vida? Eu sei que não há como eu escapar disto. É algo que procuro esconder, esquecer. Jogar fora, perder. Apenas fundir com a minha insanidade.
Tempo escurecido. Em minha vida, minha alma foi capturada na mistura da sua praga. Endurecida, cruel. Estou sendo picada por abelhas. Coragem fortalecida me mantém na necessidade. Maldito!
Minha vida é sem sentido agora, e é a você que eu agradeço.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

-

Acordei num banho de sangue. Meu rosto, mãos e colo estavam com sangue seco. Pingos manchavam minha blusa do pijama. Fui me dar conta disso apenas meia hora depois de ter acordado.
Ultimamente, tenho pensado muito no que anda acontecendo. Em coisas que deixei passar, que fiz, que me arrependi de ter feito. Coleciono decepções, mágoas. Acho que por tantas experiências desagradáveis, cheguei ao ponto de odiar sentir algum sentimento bom. Ser invadido por uma onda de emoções não é tão maravilhoso como os filmes mostram. Qualquer faísca vira incêndio quando você gosta. Aí você fica pensando, pensando, pensando. E depois se sente idiota por ter pensado tanto naquilo.
Não me afundo em bebida ou me engasgo com a fumaça do cigarro pra desviar os pensamentos. Procuro racionalizar tudo. A verdade pode estar bem na minha frente, mas não sossego até ouvir a verdade. Entrelinha não me interessa. Chantagem emocional e mentiras? Eu sei quando isso acontece, e sei me proteger...


Depois edito isso, agora estou com sono.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

And we are all together.

"Expert texperts choking smokers
Don't you think the joker laughs at you?
See how they smile like a pigs in a sty
See how they snide
I'm crying"

The Beatles.

Only.

"Yes, I'm alone but then again I always was
As far back as I can tell
I think maybe it's because you never were really real to begin with
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
I just made you up to hurt myself
And it worked
Yes, it did!"

Nine Inch Nails.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dear Prudence.

Minha memória sumiu. Não sei quem sou; esqueci quando acordei.
Saí logo após tentar encontrar algo que me explicasse quem diabos eu era. Não havia nada.

O céu escuro cravado de estrelas - pequenos brilhantes - chamou-me para dar uma volta.
Num outdoor, uma mulher bonita iluminava a rua deserta com seu sorriso. No rodapé, dizia seu nome: Kate Moss. Eu apenas quis o sobrenome.

Adiante, jovens ouviam uma música. Dear Prudence, let me see you smile. Eu sorri.
Meu nome é Prudence Moss.
- Quem canta? - perguntei.
- Beatles! - um jovem respondeu.
Gosto de Beatles.

Um homem passou por mim com cigarros. Sentou-se no branco próximo e vendo o meu interesse, indagou:
- Quer um?
Aceitei. Lucky Strike. Gosto de filtro vermelho.

Encontrei moedas no bolso da calça. Quis mais cigarros - o homem já não estava mais por perto. Adentrei uma loja. A atendente me perguntou minha idade. Eu não sabia.
- Adivinhe - eu disse. Um sorriso forçado se formou em meus lábios rachados de frio.
- Tem cara de dezoito. - ela deu um sorrisinho também - É, dezoito.
- Acertou.

Fiz o caminho de volta para onde eu achava ser minha casa - era de lá que eu tinha saído, afinal.
Senti frio, roubei um casaco.
Sou uma ladra.
Depois, luvas. E um violão - alguém o largou por aí.
Descobri que sabia tocar. Comecei com uma música suave. Aquela que eu tinha o meu nome.
Beatles.