quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Você primeiro

Teus olhos são pedras. Fagulhas finas me enfiando na carne o gosto do sangue que eu te dei. Vá embora e não me olhe espalhar no chão as lágrimas que tu não quiseste. E não ouses vir aqui para culpar-me pela tua inconstância. Oh, não. Essa dor é minha, jamais foi tua, pois são minhas mãos quem doem todas as madrugadas, enquanto seguram o copo de absinto que minha garganta regurgita. Viste agora a diferença? Sou desprezível, meu caro. Tu ainda és o hipócrita aqui, ainda se esconde por detrás dessas máscaras. Quem tu pensas que és? Que podes levar para longe minhas palavras e transformá-las em cinzas. Não, teus olhos são cinza, não os meus. A culpa é toda tua, meu caro. Sempre foi.

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