sábado, 24 de outubro de 2009

Take me.

Wendy amava, mas seu amor era apenas uma saudade que transbordava. Ela que se iludiu, se confundiu. Acordava sozinha, numa areia branca onde a paz era algo que lhe faltava. Preferia dormir e sonhar com qualquer coisa que lhe transportasse para um outro mundo.
Era inocente ao ponto de acreditar em todos. Perdia sempre, mas nunca desistia dos outros. Um erro que cometia todas as vezes. Não aprendia nunca.
Mas ela às vezes era esperança. Tentava chamar atenção, tão ingênua. Gritava para o horizonte, esperando receber de volta os sinais. Tentou viver assim, solitária. Por meses, mantinha-se acordada em frente a fogueira entoando canções que ninguém ouviria. Deixando escorrer lágrimas que ninguém cessaria.
Permaneceu sozinha por dias. Só ela e suas lágrimas. Mas o mar decidiu que Wendy não poderia ficar ali por mais tempo. Arrastou-a para suas águas profundas, num gesto quase que amável.
Ela abriu os olhos antes de afundar. Alguma voz chamava; uma resposta. Mas era tarde. A pequena Wendy rendia-se, imergindo cada vez mais. Um singelo sorriso emoldurou seu rosto. Alguém saberia que estivera ali, afinal.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Era inocente ao ponto de acreditar em todos. Perdia sempre, mas nunca desistia dos outros. Um erro que cometia todas as vezes."...o erro não era dela, era dos outros .-.

Pryscila disse...

Love is like Valium.