quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Nicotina, ódio e você.

Você jamais entenderia, meu caro. Eu estou longe, não vê? Seus olhos são tolhidos de erros humanos. Os erros que eu jamais perdoaria. E eu não sou humana, Sirius. Sou uma Black. E em pouco, tornarei-me Lestrange, para enfim livrar-me do tormento que me acerca: você.
Sim, meu caro. Você me atormenta, me cerca, me perturba. O seu perfume impregnado em mim, a sua maldita nicotina com menta não saiu de meus cabelos, as marcas que você deixou em mim foram feitas à ferro. A simples menção do seu maldito nome me estremece, o vento que sopra me faz lembrar os seus suspiros e dormir ao lado de Rodolphus me sufoca. Ele exala nicotina. Quando sinto-o próximo, o gosto de vômito parece não se desprender de meus lábios. Quando sinto sua mão em meus cabelos, puxando-os de uma forma bruta, quero amaldiçoá-lo por ousar me tocar. Por tentar me colocar submissa à ele, ou suas vontades. É um casamento forjado, moldado para agradar outros e causar inveja em tantas mulheres que ele descartou.
O ódio cresce dentro de mim. Eu não sou Narcissa, tampouco Andromeda. O amor que ele diz sentir jamais me será suficiente. E eu te odeio a cada momento, Sirius, quando recordo-me que você me tirou de meu lugar para fazer de mim uma escrava do seu maldito amor. O amor que eu não quis, que recusei, que ignorei. Tentei ignorar. Falhei. A culpa do inferno é sua.
Eu nunca o quis, caríssimo. Você, mais jovem e mais ingênuo, era para ser apenas mais um peão em meu tabuleiro. Eu sou uma rainha, Sirius. Não nasci para deixar-me levar por palavras bonitas e olhos penetrantes. Mas você, com sua inocência e seus olhos de criança, me fascinaram. Eu te odeio ainda mais por saber que você me venceu. Era uma batalha, onde eu, e apenas eu, deveria ficar de pé. E tombei. Desmoronei assim que vi que o amor que nos envolvia foi obrigado a dissolver-se com as gotas de chuva, mesclando-se ao chão, para enfim tornar-se pó.
E eu te amo. Com cada pedaço da minha alma, junto com minha dor. E te odeio por não me mostrar. Eu te odeio por me deixar no escuro, com dúvidas e lágrimas de ódio. Eu te odeio por esconder, eu te odeio por fingir, mentir, tentar me manipular e querer me ver sofrer. Mas eu te amo em cada abraço não dado e a cada beijo de despedida. Eu te amo da maldita forma que nunca quis sentir. Narcissa me avisou: vulnerabilidade.
Me diga o que fazer com o meu amor, Sirius. Eu não sei lidar com isso. Vou então deixar guardado dentro de mim, com minha sombra, meu ódio e minha eterna infelicidade. Vou deixar morrer dentro de mim, para jamais me sentir só.´

Bellatrix sou eu, um beijo.

Um comentário:

Iaiá disse...

Sempre pensei que a culpa do inferno era dela. Pobre, Six.